BDSM Camp Brasil é destaque na Revista Kaltblut da Alemanha.
Fonte: Guto Lemos
Confira o texto publicado em kaltblut
Ale Ruaro retrata a intimidade de uma realidade não acessível à habitual convivência, transformando os seres humanos em corpos atemporais sem individualidade. Ele usa a fotografia para converter suas experiências pessoais e cotidianas em imagens que trazem normalidade ao não-convencional. Numa catarse visual, busca uma conexão entre seus temas e o expectador, tentando expor preconceitos expondo diferenças. Nos últimos anos, foi reconhecido pelo público especializado, através de prêmios, exposições e publicações.
"A percepção da sociedade como um grupo homogêneo sugere o obscurecimento das diferenças existentes entre indivíduos ou entre grupos fechados. Esses grupos existem de acordo com regras internas, muitas vezes rígidas, que incluem o participante através de alguma característica ou comportamento compartilhado dentro do grupo. As características que formam esses diversos núcleos sociais não vêm de elementos estranhos ao comportamento social do grande grupo, mas de variações desses comportamentos, muitas vezes de maneira sutil. A sexualidade é, singularmente, o traço que transpasse ao mesmo tempo os membros do grande grupo social e diferencia ou justifica a existência de grupos sociais menores. As inúmeras variações da sexualidade incitam ao agrupamento, omitidas repetidamente da participação nos comportamentos considerados normais. A associação da dor com a sexualidade é a manifestação mais restritiva da interação social integrada, uma vez que, para aqueles que não pertencem ao grupo, tal associação parece improvável. O projeto apresentado propõe a desmistificação de práticas sociais restritivas, registrando internamente a vida cotidiana dos participantes de forma documental durante um período de quatro anos, a fim de demonstrar as sutilezas das diferenças. O resultado apresenta as manifestações sexuais do grupo sado-masoquista como uma realização. Liberdade e individualidade do grupo. "
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