Amarrado Depois da Balada

dezembro 21, 2007

Em 1994 eu estava em Houston, TX, e depois de um dia de muito trabalho resolvi sair pra balada nos arredores da Westheimer.
Fui ao Montrose Mining Company, que era um tesão de leather bar, onde naquela noite conheci o Iggy, que era um texano de San Antonio, mas que estava morando em Houston porque tinha sido promovido em seu trabalho como gerente da Dillard´s (uma loja de departamentos) do Shopping "The Galleria", naquela época o maior do Texas.
Ficamos no bar até as 2 da manhã, e de lá dei carona para o Iggy no carro que eu tinha alugado.
Chegando em sua casa, ele percebeu que eu estava com muito sono, e insistiu para que eu não voltasse ao hotel, e dormisse na casa dele.
Eu disse que entraria apenas para lavar o rosto e tomar um café, mas que iria ao hotel porque no dia seguinte ele tinha que estar cedinho na Dillard´s (parece que a diretoria tinha marcado uma reunião ou algo assim), e eu não queria levantar tão cedo e nem importuná-lo por estar em sua casa.
Mesmo assim entrei, lavei o rosto e recostei num sofá enquanto ele preparava o café.
Ele me prometeu que depois do café me deixaria ir, mas somente se percebesse que eu estava bem pra dirigir.
Só que nesse meio tempo, ele veio pra cima de mim, me agarrou e me algemou as mãos pra trás. Em seguida, me amarrou as pernas com uma corda, me amordaçou com silvertape e deu várias voltas com a fita em torno de minha cabeça, para ficar firme. Me deixou ali, e voltou pra cozinha.
Resultado, eu peguei no sono daquele jeito, algemado e amordaçado, e só acordei no dia seguinte com a luz do sol que entrava pela janela batendo em minha cara.
A surpresa maior foi acordar e perceber que eu estava algemado, amarrado e amordaçado na casa de um "estranho", e em outro país.
Comecei a "viajar" nas conseqüências de minha brincadeira "inconsequente", imaginando que o cara podia ser algum louco, e que poderia fazer comigo o que quisesse.
Quase entranto em desespero, percebi depois de algum tempo que a chave das algemas estava sobre o criado-mudo.
Mesmo amarrado, eu estava completamente vestido, como havia chegado na noite anterior (jeans Levis 501, camiseta e tênis).
Meio que rastejando, consegui alcançar as chaves, e depois consegui abrir as algemas e me libertar daquele cativeiro.
Desamarrei as pernas e tirei a silvertape que ainda estava bem firme, e toda grudada em meus cabelos, por trás.
Andei pela casa, e percebi que eu estava sozinho MESMO!!
O Iggy havia saído (provavelmente para trabalhar, deduzi...), e me deixou ali, amarrado, algemado e amordaçado.
Comecei a pirar, imaginando que ele tivesse levado meus documentos (e eu ali, um estrangeiro sem documentos num outro país...) meu carro alugado (o que eu diria pra locadora? teria que arcar com o seguro?).
Mas indo para a sala, notei que minha carteira estava sobre a mesa, junto com a chave do carro (que pela fresta da cortina vi que ainda estava ali, estacionado em frente).
Meus documentos e o dinheiro que eu tinha na carteira estavam intactos.
Fui até a porta principal, que estava sem a chave, mas é daquelas que trava com um pino da maçaneta.
O mais rapidamente possível, eu peguei minhas coisas e saí da casa.
Entrei no carro e saí dirigindo a caminho do hotel, meio sem decidir se o hotel era o melhor destino.
No caminho, me lembrei que o Iggy trabalhava na Dillard´s do Shopping "The Galleria", e que teria uma reunião. Fui direto pra lá!
Ao entrar na loja, procurei por ele sem perguntar a ninguém, andando pelos departamentos. E lá estava ele, de terno e gravata, perto do setor de artigos Tommy Hilfiger. De longe, ele sorriu pra mim, e veio em minha direção. Ao chegar perto, só me perguntou: "- Gostou do seu ´unexpected kidnap´?"
E emendou: "- Da próxima vez, não vai ter chave no criado-mudo e nem documentos na mesa da sala. Eu não poderia te deixar sair dirigindo naquele estado, e achei melhor que você ficasse quietinho, HEHEHEE.....".
Voltei ao Brasil, mas vez por outra ainda trocamos e-mail.
Uma coisa é certa: ele me fez sentir medo.
Mas depois daquilo viramos grandes amigos.

Esse caso que contei é absolutamente VERDADEIRO.
E é apenas um dos tantos que já vivenciei.

Créditos:
Conto de: Eddie Roper
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